Ceará

Prêmio Pipa

Um dos vencedores do Prêmio Pipa Online 2024, Samuel Macedo é cria da Fundação Casa Grande, no Ceará

O Prêmio tem como missão promover a arte e os artistas visuais brasileiros, estimulando a produção de arte contemporânea

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Samuel Macedo também participou da mostra Terra em Transe, com curadoria de Diógenes Moura, aprofundando-se na manifestação do reisado de caretas. - Foto: Samuel Macedo

O fotógrafo Samuel Macedo, natural do Ceará, vem ganhando destaque no cenário das artes visuais brasileiras. Sua trajetória, marcada por uma relação íntima com a imagem desde a infância, culminou na indicação ao renomado Prêmio PIPA, uma das mais importantes premiações de arte contemporânea do país.

Samuel descobriu sua paixão pela fotografia ainda menino, inspirado pelo avô, um inventor que lhe construiu sua primeira câmera pinhole. Sua formação teve início na Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, onde aprendeu a capturar o etnográfico e o poético nos traços e gestos das pessoas que encontrou pelo Brasil.

Em 2023, Samuel inaugurou sua primeira exposição individual, Encantarias Cariri, no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo. A mostra, que contou com curadoria de Bitú Cassundé e Fabiana Barbosa, apresentou retratos de mestres e mestras do Cariri cearense. Também participou da mostra Terra em Transe, com curadoria de Diógenes Moura, aprofundando-se na manifestação do reisado de caretas.

Seu trabalho, porém, não se limita ao Ceará. Por mais de cinco anos, Samuel percorreu o Brasil com o projeto Infâncias, criado pelas jornalistas Gabriela Romeu e Marlene Peret, que possibilitou intercâmbios entre crianças de distintas realidades – urbanas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas. O projeto, que resultou no livro Terra de Cabinha, foi vencedor do prêmio Jabuti em 2017, e o curta Meninos e Reis, premiado como melhor documentário pela Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis em 2016. Além disso, ele integra o projeto Mestres Navegantes desde 2011, gerando um dos maiores acervos artísticos da cultura popular brasileira.

Sobre sua indicação ao Prêmio PIPA, Samuel expressa sua surpresa e alegria. "Eu fui indicado por um dos curadores do prêmio. O prêmio tem uma equipe de curadores que indicam os artistas e aí nessa lista saiu o meu nome e foi uma surpresa e uma alegria muito grande, né? Porque é um prêmio de artes visuais. Não é um prêmio exatamente de fotografia, mas que a fotografia acaba entrando também", comemora.

Ele destaca que a indicação não foi por uma obra específica, mas por um portfólio que inclui imagens de seu trabalho de pesquisa sobre infâncias e cultura popular, tema que ele fotografa com grande paixão. "É um trabalho de pesquisa que está em desenvolvimento. Já tem livros lançados, inclusive um dos livros do projeto foi ganhador do Prêmio Jabuti em 2017 e o segundo livro foi um finalista em 2019. É um projeto já bem consolidado, que chama Projeto Infâncias, que eu fotografo desde o início", explica.
 
O Prêmio PIPA, criado em 2010, tem como missão promover a arte e os artistas visuais brasileiros, estimulando a produção nacional de arte contemporânea. Com o objetivo de destacar artistas visuais com trajetória recente e promissora, o prêmio já se consolidou como uma referência no meio artístico. Além dos quatro artistas premiados, há também a categoria PIPA Online, na qual Samuel foi finalista.

"Ficar entre os finalistas da edição online do prêmio, que é uma outra disputa dentro do prêmio, foi muito bom também, porque deu muita relevância para o meu trabalho", comenta Samuel. Ele ainda destaca a importância do Prêmio PIPA. “A importância do prêmio é esse fomento das artes visuais do nosso país, o reconhecimento dos trabalhos. Eu acho que essa é a grande importância da premiação”, destaca.

A indicação de Samuel Macedo ao Prêmio PIPA não só celebra sua trajetória única e apaixonada pela fotografia, mas também ressalta a relevância da arte como meio de valorização e preservação da cultura brasileira.

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Edição: Francisco Barbosa