O Ministério da Cultura (Minc) divulgou em dezembro, a lista das vencedoras do Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres em 2023. O edital teve como objetivo promover, valorizar e difundir a literatura brasileira produzida por mulheres e a circulação de autoras, com ênfase na bibliodiversidade. Ana Eugênia, foi uma das vencedoras do prêmio. Ela foi a proponente do livro de contos: “Mulheres Quilombolas: Contando os que nos contaram”, que reúne nove contos de quatro mulheres, de três territórios distintos. Junto com Ana Eugênia outras três quilombolas cearenses também contribuíram com a produção do livro: Joseli do N. Cordeiro, Francisca Tainara Eugenio da Silva e Marleide Nascimento.
Marleide fala sobre o significado do prêmio. “Para nós esse prêmio foi muito importante. Quando a gente soube foi até um momento de comemoração mesmo. Não pelo fato do prêmio em si, mas pela simbologia que tem. Não só trazendo o nome da Carolina Maria de Jesus, mas, sobretudo, as nossas trajetórias que é sobre o que os contos falam. Enquanto o povo branco está escrevendo contos romantizados, nós estamos falando das ‘escrevivências’ que atravessam as nossas vidas”.
Este também foi o primeiro edital com ações afirmativas lançado pelo MinC, desde a sua retomada. “Isso é muito importante. Provavelmente, se não houvesse ação afirmativa nós não estaríamos aqui conversando. É importante destacar o papel da ação afirmativa nas nossas vidas. Teve vagas para PcDs, quilombolas, indígenas e ciganos. Isso tenciona e faz com que outras pessoas, desses públicos, que historicamente foram invisibilizados, se instiguem a produzir, a está contribuindo com esse processo”, afirma Ana Eugênia.
Conheça as autoras
Ana Eugênia é mãe solo, Quilombola, defensora dos direitos humanos, pesquisadora das questões quilombola e Dançadeira de São Gonçalo do Quilombo Sítio Veiga, em Quixadá.
Joseli do N Cordeiro, quilombola de Batoque, mestranda em História Social pela UFC. Sindicalista, educadora popular da EFA e ENFOC.
Francisca Tainara Eugenio da Silva, mulher negra quilombola, do Quilombo Sítio Veiga Quixadá/CE, poetisa, dançadeira da dança de São Gonçalo, pesquisadora, produtora cultural. Licenciada em pedagogia – UNILAB e mestranda em educação – UFPEL.
Marleide Nascimento, mulher preta, quilombola, professora da rede municipal de Fortaleza, psicopedagoga e especialista em gestão escolar, mestra em humanidades pela UNILAB, militante do Movimento Quilombola e pertencente a Rede Internacional de Erradicação do Racismo da Cátedra da UNESCO.
Para receber nossas matérias diretamente no seu celular clique aqui.
Edição: Camila Garcia