Acontece hoje (17), às 18h a solenidade de posse popular dos novos 26 defensores públicos da Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE). A posse popular já é uma tradição na Defensoria Pública e se caracteriza como um momento em que os defensores se comprometem com a comunidade para trabalhar pelo acesso à justiça e pela defesa dos direitos. O evento ocorrerá na Rua Campo Maior, nº 356, Parque Dois Irmãos (Dendê), em Fortaleza. A solenidade contará com a participação do terreiro mais antigo de Fortaleza, Ilê Iba Asè Kposu Aziri.
O Babalorisa Shell Santos, sacerdote de candomblé e dirigente do terreiro Ilê Iba Asè Kposu Aziri afirma que “nossa comunidade está em êxtase por fazer parte desse momento único, receber os novos defensores públicos em nossa comunidade religiosa, importantíssimo poder se aproximar dessa instituição tão valiosa que exerce um papel de proteção jurídica a indivíduos e coletivos da sociedade muitas vezes desprivilegiados”.
A organização da posse popular é uma articulação entre Ouvidoria Externa e Assessoria de Relacionamento Institucional. De acordo com informações divulgadas no site da DPCE, o terreiro foi escolhido porque é um território que fala com as tradições do povo negro, dentro do Novembro Negro, que é o mês da Consciência Negra e ainda relembra que este é o primeiro concurso de ingresso de novos membros na Defensoria que utilizou as cotas de negros, quilombolas e indígenas, estando entre os aprovados seis negros e um indígena.
Shell Santos diz que o esse momento representa. “Representa para nós, como religião de matrizes africana, a certeza de que a Defensoria Pública nos olha com carinho e empatia. Nossa religiosidade tão carente de reconhecimento do poder público”. E continua. “Estamos prontos para saudar nossos defensores, com conotações bem voltadas para a nossa crença, como forma de poder trazer a eles um pouco de nosso cerimonial litúrgico, e profano também, pois na ocasião iremos ter uma apresentação de um grupo cultural do asé, denominado Orín Àsé. Será tudo com muito carinho.
De acordo com a DPCE, a iniciativa faz parte de uma estratégia da Defensoria Pública que visa uma aproximação cada vez maior com os movimentos populares e os assistidos da instituição.
Ilê Iba Asè Kposu Aziri
“Ilê Iba Asè Kposu Aziri é a casa matriz do culto afro candomblé mais antiga do Ceará, fundada em 1975 e continua em atividade até os dias de hoje, resistindo ao tempo, desempenhando um trabalho muito relevante no tocante à sensibilidade em receber pessoas com muito carinho, empatia e respeito”, informa Shell Santos. Durante todo o mês de novembro o espaço vem realizando atividades em alusão ao Novembro Negro com encontros, oficinas de cantos, danças, ritmos de toques de atabaques, como também a didática de iguarias provenientes da culinária africana.
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Edição: Camila Garcia