O governador do Ceará, Elmano de Freitas, deu um passo importante para a história do Ceará. Em evento realizado na tarde de quinta-feira (31), o Governo do Ceará, por meio da Secretaria dos Direitos Humanos, comemorou os 44 anos da Lei da Anistia em um evento chamado “Agosto da Memória e Verdade: 44 anos da Anistia”, que ocorreu no Palácio da Abolição.
Durante o evento, Elmano de Freitas reforçou seu compromisso com os direitos humanos e respeito aos perseguidos políticos pelo regime militar e anunciou a retirada do Mausoléu Castelo Branco do Palácio da Abolição, um pedido antigo dos sobreviventes da Ditadura Militar. “O palácio da abolição não ficará o mausoléu de quem apoiou a ditadura. Existe um projeto a ser executado. Eu já estou cobrando há algum tempo e agora precisamos a minha vontade, o meu desejo. É que dia 11 de dezembro, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, nós tragamos para cá, se é para trazer alguém, tragamos para cá Dragão do Mar, os abolicionistas e os lutadores pela democracia. honrando a história daqueles que lutaram, dedicaram suas vidas pela democracia, pelo bem e o bem do nosso povo”.
Elmano diz ser uma incoerência manter o Mausoléu de Castelo Branco no Palácio da Abolição assim, o espaço será transformado em um monumento em homenagem aos líderes abolicionistas cearenses, como o Dragão do Mar, que lutaram por liberdade.
Em suas redes sociais, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) disse “Nós nos juntamos à luta por memória, verdade e justiça e o Governador, para a nossa imensa alegria, anunciou que acolheu uma luta de muitos anos, de transformar o antigo Mausoléu, Castelo Branco, que homenageia o primeiro ditador do ciclo ditatorial civil-militar, e transformá-lo em um equipamento de memória, de homenagem à liberdade. Para nós é muito acertada essa decisão, esse anúncio do Governador, nós lutamos muito por isso, apresentamos requerimento, projetos de indicação, inclusive esse ano. É uma luta por lugares de memória de todos nós que lutamos pelo direito à memória, à verdade e à justiça. A gente não pode ter homenagem àqueles que fizeram atos contra a democracia, que perseguiram, que atentaram contra a democracia no Brasil. Por isso mesmo, nós estamos aqui para dizer, para que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça. Viva a democracia! Ditadura nunca mais”.
Durante o evento que celebrou os 44 anos da Lei da Anistia, Elmano entregou homenagem a 35 pessoas que integraram a luta popular pela anistia no estado do Ceará durante o período da ditadura militar, além disso, também foi assinado um acordo para manutenção de documentos históricos da Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou, a partir da identificação e higienização dos processos.
O Mausoléu, localizado na sede do poder Executivo e um monumento à memória do ditador Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967), é datado de 18 de julho de 1972.
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Edição: Camila Garcia