Nesta terça-feira (1), a Câmara Municipal de Fortaleza iniciou os trabalhos legislativos do segundo semestre de 2023. Com a presença do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), os recentes embates entre o gestor da capital e o governador Elmano de Freitas (PT), tomaram conta da pauta. O representante do governo para a reabertura do ano legislativo na Câmara foi o assessor especial de relações comunitárias da Casa Civil, André Luiz Araújo Barbosa.
Durante a coletiva, realizada antes da sessão especial, o prefeito José Sarto voltou a falar da relação conturbada entre os dois poderes. Ao ser questionado sobre o andamento das parcerias existentes com o governo, Sarto disse que não se lembrava de nenhuma parceria sendo realizada em Fortaleza pelas mãos do governo do estado. "Desde que o novo governador assumiu, o que aconteceu foi corte no repasse para o IJF (Instituto José Frota) em R$ 200 mil. Corte para o apoio ao transporte público, que Fortaleza banca sozinha, em R$ 3 milhões. Corte, desde o ano passado, a bem da verdade, do programa Nossas Guerreiras. Esse sim era uma parceria e que não foi adiante desde março do ano passado", afirmou o prefeito.
Governo e Prefeitura voltaram a ter um novo atrito na última semana em virtude da obra parada da Ponte dos Ingleses, também conhecida como Ponte Metálica, cartão postal da cidade com uma enorme importância histórica e cultural para Fortaleza. Segundo o Governo, a reforma não aconteceu porque a Prefeitura não cumpriu sua parte no acordo, recuperando os pilares de sustentação da Ponte. Já a Prefeitura contestou a informação informando que que cumpriu toda a recuperação dos pilares e das estacas.
Na Câmara Municipal, Sarto disse que a questão está resolvida, depois de esperar 17 meses por uma resposta do governo. “Em janeiro de 2021, nós oficiamos ao governo e 17 meses depois, o Governo responde ao Ministério Público dizendo que não tem condições orçamentárias, então eu vou assumir a Ponte dos Ingleses”.
A situação nem de longe lembra a parceria estabelecida entre PT e PDT, quando Roberto Cláudio era prefeito de Fortaleza e seguiu de mãos dadas com o então governador Camilo Santana por 8 anos. A crise entre as legendas começou nas últimas eleições. Em julho do ano passado, Camilo anunciou o nome de Elmano para a disputa estadual, com apoio de Lula. A decisão desagradou Ciro Gomes, que se considerou traído e lançou o nome de Roberto Cláudio para a disputa, apoiado por ele, como candidato à presidência pelo PDT e pelo prefeito José Sarto.
O imbróglio entre as legendas ainda terá vários capítulos até chegar a disputa pela Prefeitura de Fortaleza nas eleições de 2024. O nome do prefeito José Sarto não é uma unanimidade dentro do PDT, o que já gera diversos embates internos no partido, entre parlamentares da Câmara Municipal e os deputados que compõem o partido na Assembleia Legislativa. Sobre o assunto, o prefeito José Sarto percorre o mesmo caminho dos seus adversários políticos, despista. “Até partido pequeno tem divisão de opinião, imagine o grande. Toda hegemonia intelectual é prejudicial e é bom divergir, mas com projeto, tolerância e alternativas de como fazer Fortaleza uma cidade menos desigual”.
Já sobre sua relação com Cid Gomes, que assumiu a legenda do PDT estadual como resultado de um acordo entre as alas divergentes para apaziguar o partido antes das eleições, Sarto disse que tem “uma relação fraterna” com o senador e que “ele compreende muito bem as divergências que a gente possa ter”.
Gestão municipal
Durante a solenidade de abertura dos trabalhos da Câmara Municipal de Fortaleza, o prefeito José Sarto (PDT) apresentou um balanço das ações realizadas na cidade ao longo dos últimos dois anos. "Já estamos perto de alcançar 70% de execução das metas que apresentamos na Campanha”.
Para o segundo semestre, os vereadores devem focar no Plano Diretor e na Lei Orçamentária que deve ultrapassar os R$ 15 bilhões.
Na prestação de contas, José Sarto falou sobre o investimento de R$ 940 milhões na cidade, com mais de 200 obras em andamento, sendo, segundo o Prefeito, 90% das ações concentradas na periferia. “São requalificações de praças, urbanização de lagoas, construção de postos e de escolas, terminais de ônibus, mobilidade urbana, obras que trazem dignidade para o fortalezense”.
Para receber nossas matérias diretamente no seu celular clique aqui.
Edição: Camila Garcia