O soldado Antônio José de Abreu Vidal, um dos policiais, réus em julgamento no caso da “Chacina do Curió, em Fortaleza, mora nos Estados Unidos e será ouvido por videoconferência, no terceiro dia do julgamento de quatro dos trinta policiais acusados do crime que deixou 11 mortos.

De acordo com o advogado Delano Cruz, que atua na defesa do policial, o réu viajou para acompanhar a esposa que foi fazer pós-graduação no país e resolveu morar lá. Hoje, eles têm um filho de quatro meses. O advogado diz que Antônio José de Abreu Vidal voltou ao Brasil em 2019 para ser ouvido durante os processos, mas que dessa vez solicitou para ser ouvido à distância. 

A tese da defesa é de negação de autoria, mas de acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), a quebra do sigilo telefônico coloca o policial na cena do crime na madrugada do dia 12 de novembro de 2015. O veículo do policial também foi identificado próximo ao local da Chacina, pelas câmeras do Departamento de Trânsito do Ceará (Detran-CE). “Nem de perto e nem de longe em nenhum dos nove episódios, ele estava no local. Ele estava em outro local e nós vamos demonstrar o que já está provado nos autos e desse processo ele será absolvido”.

Na Justiça, o policial também responde pelo crime de deserção. O advogado Delano Cruz, diz que o policial entrou com o pedido de exoneração quando foi morar fora do Brasil, mas não conseguiu. “Quando voltar ao Brasil, ele vai ser reintegrado à polícia e responder o processo de deserção”.

Além de Antônio, estão previstos para este terceiro dia de julgamento, os depoimentos dos policiais Marcus Vinicius Sousa da Costa, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio. 

Outros 16 policiais devem ser julgados pela Chacina do Curió ainda em 2023. O segundo julgamento está marcado para o dia 28 de agosto com 8 policiais no banco dos réus. Em setembro, outros 8 PMs receberão suas penas.

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Edição: Francisco Barbosa