Ceará

combate à fome

Cozinhas populares e solidárias devem se tornar política pública durante o governo de Elmano

O fortalecimento e incentivo à criação de uma Rede de Cozinhas Sociais e Solidárias integram Plano de Governo de Elmano

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Para o MTD, a pauta da solidariedade se tornou central durante a pandemia. - Foto - Ecilia Larissa, comunicadora e voluntária na cozinha popular

No dia 10 de janeiro, o governador Elmano de Freitas se reuniu com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, em Brasília, para discutir o combate à fome e como os programas sociais cearenses podem contribuir em âmbito nacional. De acordo com informações divulgadas pelo governo do estado do Ceará, durante a reunião foram debatidos temas como o Programa Mais Infância, da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos do Ceará, e ações de combate à fome.

A experiência de cozinhas solidárias e populares no estado, no sentido de promover segurança alimentar, também foi apresentada durante a reunião. Lia Freitas, primeira-dama do Ceará afirma que “Estamos trabalhando no lançamento de um grande pacto com ações de enfrentamento à fome, e entre as iniciativas, estão o lançamento de edital e o cadastramento das Unidades de Preparação de Refeições, as UPRs. O nosso foco é implementar ações emergenciais, reduzindo a insegurança alimentar grave e implantar políticas públicas permanentes de produção e acesso à alimentação. No último dia 6, nós, do Grupo de Trabalho de Combate à Fome, nos reunimos com o governador Elmano para apresentar as propostas. Foi um momento muito positivo e avançamos bastante no andamento do programa. Então, seguimos trabalhando de forma incansável para que cada cearense tenha uma alimentação de qualidade”.

Sobre a criação de cozinhas solidárias, Lia Freitas explica que existe todo um faseamento do programa sendo pensado neste momento. “Após a realização do grande pacto, pretendemos discutir a melhor forma de incentivar e operacionalizar as UPRs em todo o território cearense, estudando as diversas possibilidades para garantir esse apoio de forma simples e menos burocrática”. 

O fortalecimento e o incentivo à criação de uma Rede de Cozinhas Sociais e Solidárias integram o Plano de Governo de Elmano para erradicação da pobreza, combate à fome e o desenvolvimento social e habitação. Essa, segunda a primeira-dama, sempre foi uma das prioridades do governador. “O objetivo da sua gestão será reduzir as desigualdades sociais, com a busca incessante por justiça social e dignidade”.


Cozinha Popular contra a fome / Reprodução/Facebook

Bruna Raquel, coordenadora da cozinha popular do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) afirma que as cozinhas populares avançam no debate sobre a organização e o combate a pobreza no território. Ela explica que a maioria dessas cozinhas tem a capacidade de produzir entre 100, 300 marmitas, há algumas que são maiores e produzem um número bem maior de refeições, mas essas que produzem de 100 a 300 marmitas geralmente distribuem nas comunidades onde estão localizadas. “Tem um exemplo que a gente sempre usa, que muita gente chega no Centro da cidade com as marmitas. Graças a Deus, o Centro hoje tem vários grupos, já tem políticas voltadas para os moradores que estão em situação de rua, mas aqui na Bela Vista, na Serrinha, no Cidade Jardim, onde são periferias, onde tem pessoas com fome e onde as pessoas não têm fluxo de acesso, quem chega? Então é importante que nessas comunidades tenham suas próprias cozinhas para produção e é isso que para nós dos movimentos, nos parece que o governo do estado do Ceará vai agir no próximo período, no financiamento, no incentivo dessas cozinhas. Então é uma felicidade muito grande”. 

A importância dessas cozinhas, de acordo com Bruna é, principalmente, delas enquanto políticas públicas, fazer uma liga onde o estado não chega. “A gente tem contato com casos na Cozinha com pessoas que não têm documento, pessoas que não vão ao posto de saúde, pessoas que não estão no CadÚnico, então a gente vê a cozinha também como a possibilidade de colaborar com um estado forte, sólido, com relação social com quem mais precisa”.

Sobre o início das ações de implantação e implementação das cozinhas, Lia Freitas informa que nesse momento existe todo um faseamento do programa sendo pensado e concluído, mas que é importante salientar que o Ceará possui importantes políticas públicas de combate à fome, que foram pensadas e conduzidas pela secretária de Proteção Social (SPS), Onélia Santana, como o Mais Nutrição, que integra o Programa Mais Infância Ceará, que garante a segurança alimentar e nutricional regular a milhares de famílias em situação de vulnerabilidade do Ceará. Há também o Cartão Mais Infância, que faz transferência de renda para 150 mil famílias beneficiadas em todos os 184 municípios cearenses. O programa, inclusive, será ampliado no governo Elmano de Freitas.

Desde outubro a primeira-dama do Ceará coordena o Grupo de Trabalho de Combate à Fome, com o envolvimento de toda uma equipe técnica, que vem discutindo, pensando e analisando a melhor forma de lançar esse programa. “Juntos estamos montando esse pacto emergencial, que logo deverá ser apresentado a todos”, afirma. 

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Edição: Francisco Barbosa