No último sábado (19), o Levante Popular da Juventude em parceria com a Agenda Jovem da Fiocruz (AJF) - plataforma colaborativa que desenvolve iniciativas para articular os temas do Sistema Único de Saúde (SUS) com a Política Nacional da Juventude - realizaram no conjunto habitacional Cidade Jardim I, em Fortaleza, a Feira de Saúde e Cultura. De acordo com o Levante Popular da Juventude, as feiras são ações territorializadas que visam provocar nas periferias o debate sobre o conceito ampliado de saúde, trazendo a cultura como interlocutor e mobilizador importante do segmento. Além disso, as feiras são vistas como ferramentas de luta e organização política.
No Cidade Jardim, o evento teve início pela manhã e contou com espaços formativos envolvendo temas pertinentes à saúde dos moradores, como saúde mental, alimentação saudável, esporte e prevenção.
Alex Nascimento, da Coordenação Nacional do Levante Popular da Juventude no Ceará, explica que a realização da feira de saúde e cultura cumpriu um papel importante para a comunidade. “Vivemos em um conjunto habitacional onde não há nenhuma inserção do estado para além das forças policiais, e a feira de saúde e cultura veio para evidenciar isso, pois trouxemos serviços básicos de saúde que a população não tem acesso”, afirmou.
Além dos espaços de debate, o evento promoveu ao longo de sua programação momentos de práticas integrativas, com atendimento médico aos moradores da comunidade, almoço solidário, práticas esportivas e atividade cultural.
Para Hozana Lima, moradora do Conjunto Habitacional Cidade Jardim I, a realização da feira foi como uma bênção para os moradores da comunidade, visto que não possuem nenhum acesso aos serviços de saúde em seu território. Ela ainda se mostrou descontente pela realização da feira não acontecer de forma corriqueira, possibilitando aos moradores um acompanhamento médico de qualidade, “é uma pena que não pode ser feita todos os meses”. Hozana ainda afirma ainda que o acompanhamento médico realizado durante a feira possibilitou para ela a garantia de receitas médicas e encaminhamento para exames de saúde, o que já havia buscado e não conseguia há meses.
Ainda de acordo com Alex, o principal desafio enfrentado durante a construção do evento teria sido a mobilização da comunidade por conta dos conflitos territoriais, ainda assim, ele afirma que essa limitação não foi o bastante para impedir que a feira acontecesse. “Conseguimos atingir uma grande quantidade de pessoas e a realização da feira só foi possível pelos moradores do Cidade Jardim I, em especial os que são organizados no Levante Popular da Juventude e pela solidariedade do Movimento Brasil Popular, Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares e o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direito.
Em outras capitais brasileiras como Recife, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador, a juventude também promoveu em conjunto com a comunidade diversas atividades sócio-culturais.
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Edição: Camila Garcia