O azeite e o óleo de coco produzidos na Comunidade do Sítio Coqueiro, no Assentamento Maceió, em Itapipoca, no Ceará, são produtos feitos inteiramente na perspectiva agroecológica e solidária, que visa dar autonomia financeira aos jovens e mulheres da comunidade e o fortalecer a economia solidária dentro do território.
A agricultora Rojane Santos é uma das jovens da comunidade que trabalha na produção do óleo e do azeite de coco agroecológico. Ela explica que o começo dos trabalhos de produção surgiu com a organização do grupo Balanço do Coqueiro. Inicialmente o grupo se organizou para fazer cocada e que conseguiu alguns equipamentos como o raspador elétrico e outros utensílios.
“E aí logo depois veio nossas mães, eu também estou desde o começo do processo, que a gente foi lá para outra comunidade para aprender a fazer o óleo de coco pelo fato da nossa comunidade ter bastante coco, ter a matéria-prima. A gente foi para aprender e acabou dividindo com a outra comunidade o material, a prensa e algumas coisas. No final acabou que a gente conseguiu ficar com os equipamentos aqui na comunidade e como a gente já trabalhava em grupo, continuou trabalhando e hoje faz a produção e comercialização nas feiras agroecológicas, nas redes sociais e no quiosque agroecológico de Sobral”, afirmou Rojane.
Ela explica que a produção é feita de forma artesanal, com alguns equipamentos diferentes do que suas avós usavam. A produção, de acordo com ela, é feita com coco bem seco, bem maduro, que é onde pode alcançar o melhor resultado de óleo.
O jovem agricultor e artista, Arildo Soares, também trabalha na produção do azeite e óleo de coco. Ele explica que quem compra esses produtos está adquirindo um produto de qualidade, da agricultura familiar, dos jovens rurais de comunidades que têm esses grupos de beneficiamento, e está ajudando esses grupos a se fortalecer na caminhada que é fazer o beneficiamento do coco.
Arildo lista algumas das diversas utilidades dos produtos: “as utilidades deles são inúmeras, muitas pessoas chegam até nós e dizem ‘olha, eu utilizo o óleo de coco para passar nas minhas rachaduras dos pés’, ‘eu utilizo apenas para a estética do cabelo, fazer hidratação, a umectação’, ‘eu uso como cicatrizante de feridas’, então ele é um produto muito versátil, ele consegue estar desde a alimentação à estética corporal, porque tem essa versatilidade. A gente percebe que ele é um produto bem aceito no mercado, justamente por essas diversas utilidades que ele tem”.
Regilane Alves, coordenadora artística do grupo Balanço do Coqueiro e integrante do grupo que produz o óleo e azeite de coco afirma que a venda desses produtos ainda não é a principal fonte de renda, mas que contribui com o orçamento das famílias. “Ainda não é a nossa principal fonte de renda, mas a comercialização do produto do óleo, da cocada, do coco ralado contribui na renda das famílias e, principalmente, nas dos jovens, da juventude que está à frente desse serviço. Então a gente pode dizer que dá uma contribuição bem bacana nesse processo da renda familiar”, explica.
Sobre os desejos futuros do grupo em relação à produção do óleo e azeite de coco agroecológico, Regilane afirma que o desejo é que o grupo consiga consolidar cada vez mais o seu trabalho, ampliar a linha de produção para que consigam fazer com que a fonte de renda venha desse beneficiamento e dessa produção. “Mas quem sabe conseguir também expandir para os produtos e que essa seja nossa principal fonte de renda, que a gente consiga empregar a juventude da comunidade e que todos possam tirar dessa minifábrica, dessa unidade de beneficiamento a renda da família”, projeta Regilane.
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Esta matéria faz parte quadro “Do Campo à Cidade”, veiculado no programa de rádio Notícia popular e tem o apoio cultural da CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço e em Defesa dos Direitos Humanos.
Edição: Camila Garcia