Ceará

Reforma Agrária

Em Itarema, Assentamento Lagoa do Mineiro realiza 20ª edição da Caminhada dos Mártires

Além de lembrar a memória dos que tombaram na luta, o Assentamento celebra 35 anos de terra conquistada

Itarema, CE |
Assentamento Lagoa do mineira em Itarema realiza Caminhada dos Mártires para lembrar aqueles que tombaram na luta pela terra. - Foto: De Assis Almeida/Comunicação MST

Na última sexta-feira, 12, o Assentamento Lagoa do Mineiro localizado no município de Itarema, realizou a 20ª edição da Caminhada dos Mártires, a atividade teve início às 15 horas na comunidade Corrente, e seguiu até a comunidade de Barbosa encerrando com uma mística em homenagem aos mártires e uma missa na Igreja Nossa Senhora da Libertação.
 
Esse ano com o tema “Do sangue dos nossos mártires florescem as comunidades” o evento reuniu representantes de comunidades indígenas, quilombolas, assentamentos, da Escola de Ensino Médio do Campo Francisco Araújo Barros, representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (FETRAECE), da Comissão pastoral da Terra (CPT), da ong Eco Icaraí, além de militantes e dirigentes do MST. Na ocasião, o assentamento Lagoa do Mineiro também celebrou os 36 anos de existência.
 
“A caminhada dos mártires teve início com o objetivo de homenagear os nossos mártires da luta pela terra, que doaram suas vidas para que a gente pudesse estar hoje aqui em nossa terra conquistada, é uma forma de manter viva a memória, repassar para nossa juventude, crianças e as novas gerações, para que nunca se esqueçam do que passamos, do que vivemos até chegar aqui”, afirmou Neide Martins da Comissão Pastoral da Terra e Assentada da Reforma Agrária no Assentamento Lagoa do Mineiro.


Memória, fé e política alimentam a luta por direitos e pela reforma agrária no Assentamento Lagoa do Mineiro. / Foto: De Assis Almeida/Comunicação MST

 
O litoral cearense sempre foi palco de muitas lutas e conflitos pela terra. Nesta sexta-feira, também completou 35 anos que Francisco Araújo Barros foi assassinado a mando dos fazendeiros da região. A caminhada dos mártires teve início em 2002, a partir de uma articulação entre as CEBs, a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Júlia Gomes, estudante da Escola do Campo Francisco Araújo Barros destaca “a nossa escola homenageia um dos nossos mártires da luta pela nossa terra, é muito importante que nós jovens não percamos o fio da história e mantenha viva na memória cada companheiro/a que tombou nessa luta. Nós valorizamos muito que nossos pais, mantenham o legado vivo, muito sangue foi derramado para estarmos aqui hoje celebrando os 36 anos do Assentamento Lagoa do Mineiro, fruto de uma luta legitima”.

A celebração relembrou ainda o dia de Luta Contra a Violência no Campo e por Reforma Agrária, assim reconhecido por ser a data do assassinato de Margarida Maria Alves, em Lagoa Grande, na Paraíba, em 1983. Margarida transformou-se em símbolo de luta contra a violência do campo, pela reforma agrária e fim da exploração dos trabalhadores/as rurais.

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Edição: Camila Garcia