Começou ontem (1º) e vai até o dia 5 de junho o I Encontro Nacional de Formação de Multiplicadores/as do Tribunal da Economia do Mar. O evento acontece no Centro de Formação, Capacitação e Pesquisa Frei Humberto em Fortaleza-Ce, é uma realização do Movimento dos Pequenos Pescadores(MPP) e do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), com o apoio de entidades internacionais, SwedBio, Naturskyddsforeningen, Misereor e Thousand Currents. Participam do encontro cerca de 70 militantes, na maioria mulheres, oriundas de 14 estados contemplando as 5 regiões.
A programação iniciou na manhã de ontem com uma mística e a apresentação dos estados, seguindo com o estudo dirigido sobre economia azul e justiça azul. Hoje (2) e nos próximos dias serão abordados temas relacionados ao tribunal popular do mar, a experiência no oceano Índico, o surgimento do tribunal popular no Brasil e as estratégias de resistência das comunidades pesqueiras, também estão previstos trabalhos em grupo por região. O encerramento será no dia 05, com uma visita de campo na comunidade do Cumbe em Aracati/CE, onde também acontecerá um ato político em alusão ao dia mundial do meio ambiente.
Martilene Rodrigues, Coordenadora Nacional do MPP destaca os objetivos do encontro, “o I Encontro de formação de multiplicadores tem como objetivo aprofundar no que significa esse projeto economia do mar. A gente sabe que é um projeto de morte para as nossas comunidades pesqueiras, é um projeto de ampliação do agronegócio dentro do nosso país. Então a exemplo de outros países como Índia, nós estamos fazendo as formações para usar o tribunal popular como ferramenta de defesa, estamos aprofundando os estudos no esforço de compreender o que é essa economia azul e também como realizar esse tribunal para nos defender. Pois, esses projetos visam de fato a expulsão dos pescadores e pescadoras de suas comunidades tradicionais”.
Segundo os organizadores, a proposta metodológica do encontro tem o objetivo de formar multiplicadores que posteriormente levarão o debate para outros estados, bem como internalizar os temas abordados com os pescadores e pescadoras nas comunidades pesqueiras. “A ideia é fortalecer a nossa luta e nossa resistência”, declara ainda Martilene.
Florivaldo Mota, pescador do estado do Amapá, relata que “uma das preocupações e medos que a gente tem, é um dos motivos da gente participar do encontro, dessa formação sobre economia azul. É que essa potência desses investimentos cheguem nas comunidades e as comunidades sejam prejudicadas por conta destes grandes empreendimentos, que isso já vem acontecendo ao longo dos anos. Estamos aqui para aprender, entender melhor esse processo, esses grandes projetos para que a gente se prepare também melhor nas nossas comunidades para lutar”.
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Edição: Camila Garcia