Ceará

Solidariedade

No Ceará, movimentos populares realizam doações no Dia Mundial da Alimentação

Em Fortaleza foram doadas 1.500 quentinhas preparadas com produtos da reforma agrária.

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
A jornada Nacional Pela Soberania Alimentar teve início dia 10 de outubro e se encerrou no dia 16 com diversas ações de solidariedade e denúncia em todo país. - Foto: Aline Oliveira

No último sábado (16), data que marca o Dia Mundial da Alimentação, movimentos populares realizaram a doação de mil e quinhentas marmitas a famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social em Fortaleza. A ação fez parte da “Jornada da Soberania Alimentar: Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome” e foi organizada por movimentos populares do campo e da cidade: Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Pela Soberania Popular (MAM), Movimento de Trabalhadores/as Por Direitos (MTD), e Consulta Popular. As marmitas foram preparadas no Centro de Formação Frei Humberto, com produtos da reforma agrária, vindos diretamente de assentamentos e acampamentos do MST.

Em Fortaleza foram distribuídas quentinhas no viaduto da Borges de Melo, Pirambu, Vila do Mar, Serrinha, Praça do Ferreira, Praça da Justiça, Praça Portugal, Dragão do Mar e no bairro José Walter. Gene Santos, da Direção Nacional do MST afirma que a Jornada Internacional pela Soberania Alimentar é organizada pela via campesina e tem como objetivo denunciar a fome que vem crescendo a cada dia, entendendo, de acordo com ele, que a fome é fruto de uma decisão política, que ela não é fruto de uma vontade, é fruto da ação politica do estado e de governos, de negação de direitos como acesso à terra, à água, à condições de trabalho.

“A Jornada Nacional traz esse momento de denúncia, mas também de anunciar a reforma agrária com esse papel de alimentar a sociedade com a produção de alimentos saudáveis para o campo e a cidade, tendo como base a solidariedade como um valor humano fundamental, suprindo assim a necessidade daqueles que estão precisando, principalmente de alimentos”, afirma Gene.

Flávia Câmara, moradora da ocupação no viaduto da Borges de Melo foi uma das beneficiadas com a ação. “Hoje nós temos 58 famílias, 76 crianças, totalizando 139 pessoas que se encontram com muitas dificuldades para garantir o alimento de cada dia. Agradeço em nome de toda nossa comunidade. Estamos muito felizes por terem nos escolhidos para realizar essa doação. Hoje, um dia simbólico no combate a fome e essa doação vai ajudar a saciar a fome de quem precisa”.

Bruna Raquel da direção do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhares Por Direitos (MTD) também participou da ação. “estamos hoje a convite da via campesina e do MST realizando essa ação de doação de marmitas, nas periferias, para famílias que estão em vulnerabilidade social e que, de fato precisam dessa ação que vem sendo feita não somente hoje, mas hoje é um dia simbólico no combate à fome e trazemos esse questionamento: se a gente é o que a gente come, quem não come nada é o que?”, destaca.

A jornada Nacional Pela Soberania Alimentar teve início dia 10 de outubro e se encerrou no dia 16 com diversas ações de solidariedade e denúncia em todo país.

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Edição: Francisco Barbosa