Em períodos difíceis da conjuntura, como exigência do processo histórico, é característico das forças políticas buscarem a unidade por meio de instrumentos que agrupem setores organizados da sociedade na perspectiva de ampliar e fortalecer a luta da classe trabalhadora. Baseada na tradição política latino-americana, no Brasil tem se constituído experiências importantes de Frentes políticas no campo da esquerda, como forma de dar resposta ao momento político.
É nesse sentido que em 2015 surge a Frente Brasil Popular (FBP), uma articulação de movimentos populares, centrais sindicais e partidos políticos, cujo objetivo era a defesa da democracia e a proposição de uma nova política econômica, em um contexto de grande acirramento social e político da sociedade brasileira e de aprofundamento da crise econômica. Na ocasião do seu lançamento, foram definidos quatro eixos por onde seria a linha de atuação da FBP: Defesa dos direitos dos trabalhadores; defesa da democracia e por outra política e economia; soberania nacional e integração latino-americana; reformas estruturais e populares.
Mas foi em 2016, no enfrentamento ao cerco político conservador que produziu o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, que a Frente Brasil Popular se consolidou como uma ferramenta política fundamental, congregando as mais diversas forças progressistas no combate à ascensão da direita naquele período.
Com o passar dos anos, a Frente Brasil Popular continua firme enfrentando a conjuntura de retrocessos de direitos e de agravamento dos problemas sociais, provocados pelo governo Bolsonaro. Tem exercido um papel importante na retomada das lutas de resistência em defesa da vida, dos direitos sociais e da democracia, consolidando a unidade com a Frente Povo Sem Medo e outros agrupamentos pelo FORA BOLSONARO.
Entre os desafios para o próximo período estão: o de fortalecer a coesão dos movimentos que a compõe em virtude das disputas eleitorais de 2022; ampliar sua capacidade de mobilização para que a grande massa de trabalhadores vá para as ruas barrar os retrocessos; incidir na conjuntura apostando na agitação e propaganda para alterar a correlação de forças e, por último, apresentar uma alternativa de saída para os problemas do povo brasileiro.
Edição: Francisco Barbosa