Ceará

29 de agosto

Feira de Empreendedorismo LGBTQIA+ acontece hoje (26) e amanhã (27) em Fortaleza

A programação faz alusão ao 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade de Lésbicas e Mulheres Bissexuais.

Brasil de Fato | Juazeiro do Norte CE |
A Feira de Empreendedorismo LGBTQIA+ acontece hoje (26) e amanhã (27), na Praça da Gentilândia, localizada no bairro Benfica, em Fortaleza, sempre a partir das 17h. - Foto: Prefeitura de Fortaleza

Em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade de Lésbicas e Mulheres Bissexuais, comemorado no dia 29 de agosto, a Prefeitura de Fortaleza, junto da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual), realizará hoje (26) e amanhã (27),a Feira de Empreendedorismo LGBTQIA+, em parceria com diversas organizações governamentais e não governamentais que pautam o respeito aos direitos humanos. A ação vai acontecer na Praça da Gentilândia, localizada no bairro Benfica, em Fortaleza, sempre a partir das 17h, com diversos produtos com a temática LGBTQIA+, como itens que vão do vestuário à decoração. 

De acordo com a organização, a ação tem como objetivo colaborar diretamente para a autonomia financeira e econômica dessas pessoas e incentivar o comércio local, bem como possibilitar a esse público momentos de interação, trocas de experiências culturais e artísticas e, consequentemente, subsidiá-las para o fortalecimento da participação política.

Patrícia Bittencourt, afroempreendedora, explica que a Feira é importante, pois o mercado de trabalho não está aberto à população LGBTQIA+. Patrícia também afirma que o mercado segrega e oprime essas pessoas. “As mulheres lésbicas, por exemplo, que não se veem femininas, ao conseguirem empregos em lojas, são obrigadas a se vestirem de forma mais feminina, a usar maquiagem, o que se torna uma opressão. Quando conseguimos nos libertar, entender nossa capacidade de sobreviver do nosso próprio trabalho, rompendo com o mercado opressor, é importante que tenhamos esses espaços de visibilidade, mostrando nossa capacidade de apresentar produtos de qualidade que podem ser usados por todes”.

Patrícia diz que a população LGBT não precisa ficar a mercê desse mercado discriminatório e opressor, que é o mercado de trabalho formal. “A feira em si, é uma oportunidade que nós, LGBTs, temos de empreender, criar e oferecer produtos voltados à nossa comunidade, além de fortalecer os empreendedores LGBTs que já existem e dar apoio aos que querem começar a empreender também”.

Durante a feira, as empreendedoras se auto-gestionam e a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual) minimamente oferece a logística, como, por exemplo, a solicitação de espaços, a concessão de mesas e cadeiras e também a distribuição de água e materiais que auxiliem a permanência das empreendedoras no espaço de exposição.

Segundo Felipe Lopes, assessor técnico da Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual, da Prefeitura de Fortaleza, essa feira é histórica. Ela surgiu, pela primeira vez, em umas das Paradas LGBTs realizadas aqui em Fortaleza e, desde então, ficou como uma atividade fixa na programação da parada. “As artesãs e os artesãos, entendendo que somente o espaço da parada não era suficiente para dar visibilidade e comercializar seus produtos, decidiram se organizar e, com o apoio da Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado do Ceará, realizaram outras edições da feira por diversos espaços da cidade”.

Dia Nacional da Visibilidade de Lésbicas e Mulheres Bissexuais

De acordo com informações divulgadas no site da Prefeitura de Fortaleza, no dia 29 de agosto de 1996, ocorreu o primeiro Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), no Rio de Janeiro, pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (Colerj). A partir desta data, o dia nacional da Visibilidade Lésbica foi instaurado pelas ativistas presentes. Na capital cearense, o dia é celebrado anualmente conforme data instituída no calendário oficial do município, através da Lei Municipal nº 9.572/2009. 

“Sempre me relacionei com meninos e meninas, e sempre tive que esconder as minhas relações com mulheres, por motivos vários, mas hoje depois de muitos processos, me libertei e consigo abertamente me referendar como mulher lésbica. Então a conquista desse dia, é a garantia de visibilidade para nós, de mostrar para a sociedade que somos mulheres independente das relações afetivas, e precisamos ser respeitadas”, afirma Patrícia. Para ela, essa data é de suma importância, para as mulheres lésbicas e bissexuais se fortaleçam e para que possam se reconhecer umas nas outras. “E pra cada vez mais mostrar a sociedade machista, lesbofóbica, bifóbica e transfóbica, que nós existimos e resistimos, e que precisamos ser vistas com respeito e dignidade”.

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Edição: Francisco Barbosa