A pandemia do coronavírus isolou e distanciou as pessoas, modificando completamente o ritmo de nossa sociabilidade. Para continuar seguindo vivos, um enorme esforço coletivo teve que ser orquestrado para que as diretrizes sanitárias fossem amplamente efetivadas – mesmo com o Presidente do país tentando contrariar tais recomendações.
Há pelo menos um ano e quatro meses, o estado do Ceará está travando sua luta contra a covid-19. O governo estadual, juntamente com outros da região, por meio do Consórcio Nordeste, tenta avançar na direção da vacinação de todos, em uma tentativa de acelerar um processo que deveria estar sendo encabeçado pelo Ministério da Saúde e pelo Governo Federal. Ao invés disso, o que vemos em relação a estas duas últimas esferas, são uma condução totalmente absurda para a situação crítica da pandemia no país.
O descaso e as arbitrariedades do Governo Federal foram tantas e tão graves nesse cenário de crise sanitária, que uma CPI foi instaurada para averiguar a severidade dos fatos, que levam a crer em uma condução trágica que culminou em um número demasiadamente alto de mortos pelo coronavírus no país.
Ainda que uma pandemia não seja culpa de governo x ou y, a escalada acelerada do número de vítimas pode sim ser atrelada ao papel desses agentes no desenrolar dos dias. Um Presidente que ignora e desestimula orientações de segurança sanitária, Ministério que atrasa negociação de vacinas (atrasando assim o calendário de imunização), indicativos de corrupção nas negociações de vacinas, notícias falsas, são todas ações que colaboram para um aumento na propagação do vírus e, por consequência, em mais mortes.
Aqui no Ceará, no entanto, uma luz de esperança parece acender em meio ao caos. Além de um governo estadual que focou em medidas severas de combate à pandemia, como lockdowns, e também em investimento de hospitais e leitos de UTI, estamos experimentando a bonança de estarmos com um calendário de vacinação bastante avançado. É necessário e importante que esse feito chegue a todos os brasileiros, e por isso a presença nas manifestações de denúncia do descaso do Governo Federal é tão urgente e necessária.
Enquanto isso, pelo menos para o povo cearense, parece que já é até possível escutar a voz de Cazuza nos cantando que “estamos, meu bem, por um triz pro dia nascer feliz”.
Edição: Monyse Ravena