Uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, com 2.285 brasileiras, mostrou que 90% delas já deixaram de fazer algo por serem mulheres e por medo da violência, como usar determinadas roupas e frequentar espaços públicos. É nesse contexto que o projeto Bárbaras atua. Vinculado às Pró-Reitorias de Cultura e Extensão da Universidade Federal do Cariri (UFCA), através dele é produzida uma revista semestral que pauta histórias de mulheres e são realizadas ações de cunho educativo junto a escolas e ONGs do Cariri cearense.
Nesta quinta-feira (10), o projeto lança a quinta edição da Revista Bárbaras, a partir das 19 horas, com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube. O evento contará com a presença das repórteres, colaboradoras, ilustradoras e entrevistadas, que compartilharão experiências acerca da produção. Com 11 textos de temáticas relevantes para os movimentos de luta pelos direitos mulheres, público-alvo da Bárbaras, serão tratados assuntos como: visibilidade bissexual, capacitismo, direito à cidade, empreendedorismo feminino, consequências da educação sexista, mulheres na literatura e na política, saúde mental e assistência ao parto humanizado.
Capa
A capa desta edição é ilustrada pela artista visual Larissa Souza, que retrata a vereadora do Recife (PE), escritora e ganhadora do Prêmio Jabuti de “Melhor Livro” em 2020, Cida Pedrosa. A ilustração é inspirada em uma foto de seu arquivo pessoal, incluindo elementos marcantes da história da escritora, como a Pedra do Claranã - Parque Ecológico em Bodocó (PE), sua cidade natal - e as flores de umbuzeiro.
O título da capa - “Cida Pedrosa & as Liliths de outro Éden” - também é uma referência às falas da entrevistada. Ela conta à Bárbaras que o livro “Filhas de Lilith” (Editora Claranan, 2017) foi escrito a partir de histórias que ouviu de amigas sobre perdas, dores e violências. Logo, a escolha do título desta edição remete à obra da escritora e reafirma o objetivo do projeto em debater machismo através de narrativas de mulheres.
O texto é assinado pela estudante de Jornalismo da UFCA Bibiana Belisário, que faz um apanhado de relatos da vida de Cida. “Encontrei Cida em três tempos: a menina de Bodocó, a ‘Cida cidade’ e a mulher poeta, advogada e gestora pública”, afirma a repórter.
Desde 2018, a Bárbaras é desenvolvida por estudantes dos cursos de Jornalismo, Design e Filosofia da UFCA, com orientação do professor José Anderson Freire Sandes e colaboração de mulheres de diversas áreas do conhecimento que têm interesse pelas temáticas pautadas. O objetivo do projeto é utilizar produções jornalísticas e educativas como ferramentas para disseminar a importância do debate sobre desigualdade de gênero, machismo e violência contra as mulheres na região do Cariri cearense.
Edição: Monyse Ravena