Um grupo de hackers invadiu uma plenária realizada virtualmente na quarta-feira (19), entre a vereadora de Fortaleza, Larissa Gaspar (PT), assessoria do partido e mais de 50 profissionais de psicologia e serviço social. De acordo com a vereadora, de repente as contas das pessoas presentes foram invadidas e começaram a proferir palavras machistas, misóginas, de ameaças às mulheres feministas, com conotação sexual e transmitindo vídeos com músicas de apoio ao presidente Bolsonaro. “A gente excluía as pessoas, mas voltavam e se duplicavam e aí ficavam passando vários áudios e imagens”, diz. Ela explica que esses invasores eram jovens mascarados.
Larissa informa que logo após o ocorrido os integrantes da reunião encerraram no encontro na sala da web onde estavam. “Fechamos a sala e depois abrimos uma outra sala e aí claro, teve uma participação bem menor. Pessoas com medo de perderem seus dados ou alguma coisa nesse sentido”. Ela disse que está formalizando um boletim de ocorrência na Polícia Civil e na Polícia Federal e espera que os agressores sejam investigados, identificados e responsabilizados por esses crimes que eles vêm cometendo.
Para a vereadora, essa invasão é uma tentativa de silenciar as lutas. “Sou conhecida na minha cidade como uma pessoa que enfrenta o desgoverno Bolsonaro, e o exército de hackers dele, que age nesse mundo da tecnologia, com certeza tem ciência disso e estão fazendo o que podem para silenciar nossas lutas, nos intimidar enfim, nos paralisar, mas não vão conseguir, a gente vai seguir firme, vamos acionar as instâncias competentes para que tudo isso seja apurado”.
O PT lançou uma nota de apoio à vereadora e de repúdio ao ataque sofrido por ela. Em nota o partido disse: “Externamos nossa solidariedade a vereadora Larissa Gaspar e nos somamos às providências legais cabíveis, reafirmando que a voz das mulheres não será silenciada e vamos continuar firmes na luta para a reconstrução do Brasil como um país que acolhe todas e todos, sem preconceitos e discriminações, com respeito e reconhecimento à equidade de gênero, com justiça social e verdadeiramente democrático”.
Edição: Monyse Ravena