O Diretório Central dos Estudantes, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), emitiu uma nota pública no dia 16 de março, denunciando uma suposta violação de dados que teria sido usada para promover campanha eleitoral irregular na consulta pública para a reitoria da universidade no quadriênio 2021-2025. A presumida violação teria sido usada para captar dados de estudantes e professores da instituição de forma ilegal, utilizando as informações para promover disparos de mensagens de textos instantâneas (SMS) com conteúdo eleitoral em favor de uma das chapas concorrentes. Na nota pública, o DCE diz que irá acionar o Ministério Público e a Defensoria Pública da União “para apurar a suposta violação de dados da comunidade acadêmica da UNILAB”, além de “solicitar que a Comissão Organizadora da Consulta Paritária e Democrática, a Comissão Organizadora e Comissão de Ética organizadora da Lista Tríplice instituída pelo Conselho Universitário, assim como Gestão Superior da UNILAB tome as devidas providências”.
Entenda o caso
A consulta pública para o novo reitorado da Unilab aconteceu no dia 15 de março. Durante o processo da consulta, parte da comunidade acadêmica relatou ter recebido mensagens via SMS com conteúdo eleitoral que pedia voto para a chapa “Unilab das Possibilidades”, formada pelo Prof. Roque do Nascimento Albuquerque e pela Profª. Cláudia Ramos Carioca. A denúncia da violação dos dados para o uso no disparo de mensagens em massa foi reforçada pela chapa concorrente, a “Unilab de Todes”, formada pelo Prof. Antonio Vieira da Silva Filho e Carolina Maria Costa Bernardo que, em nota, afirmou que, “embora a chapa tenha sido concretamente prejudicada pelo teor da mensagem, visto que faz apologia e incentiva o voto em representantes da outra candidatura, a Unilab de Todes parte do pressuposto de que os disparos tenham sido realizados por terceiros, interessados em prejudicar e macular a confiança do processo”.
Por sua vez, a chapa “Unilab das Possibilidades” afirmou também em nota que “Qualquer narrativa que atrela a nossa chapa ao disparo em massa de mensagens e outras ações nada éticas em busca de votos, não pode ser associada ao Professor Roque e à Professora Cláudia, candidatos que sempre se mostraram éticos e compromissados com um debate democrático e com a lisura do processo todo”. O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-Sindicato), responsável pela Comissão Organizadora da Consulta à Comunidade, também emitiu uma nota de esclarecimento, afirmando que “as denúncias encaminhadas a esta Comissão serão apreciadas e deliberadas, segundo o regulamento que rege a consulta à comunidade universitária para escolha de Reitor(a) e Vice-reitor(a) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira para quadriênio 2021-2025”. A nota diz ainda que a comissão teve acesso a alguns contatos telefônicos de discentes, “porém nenhum deles foi divulgado para terceiros, nem mesmo à empresa Eleja Online.”
O DCE da Unilab informou em e-mail à reportagem que “a universidade até agora não emitiu nenhum parecer acerca da possível violação de dados e estamos aguardando posicionamento da Unilab”, garantindo que haverá apuração e investigação dos fatos, pois entendem a gravidade das denúncias. Procurada pelo Brasil de Fato de Ceará, a assessoria de imprensa da Unilab não encaminhou resposta sobre o caso até o fechamento dessa matéria.
Edição: Francisco Barbosa