Em março completamos um ano de distanciamento social, que inaugurou as medidas mais rígidas de combate ao coronavírus no Ceará. O total desconhecimento que tínhamos sobre como lidar com a pandemia e como o vírus realmente se estruturava, de alguma forma, nos permitia nutrir centelhas de esperanças. Muitos de nós sonhamos com um retorno à normalidade ainda em 2020 ou, quem sabe, pelo menos um “novo normal”, que nos permitisse conviver em sociedade de forma mais tranquila.
Um ano depois e a situação está mais agravada. O Ceará e os demais estados brasileiros passam por momentos de superlotação das UTI’s. Assistimos, horrorizados, notícias de locais como Manaus sem condições de prover oxigênio para os pacientes. Em outros estados, falta de medicação para sedar os pacientes entubados, gerando um nível de tortura física e psicológica nos enfermos já tão frágeis.
Além de todos os problemas diretamente ocasionados pelo vírus, há também um bônus violento: o descaso do governo federal. Estamos em uma pandemia mundial, em um nível de cooperação entre países possivelmente jamais antes visto para conseguir barrar o avanço do vírus. Enquanto isso, o presidente da república zomba de nossa situação, sem uma iniciativa rápida e concreta para aquisição de vacinas suficientes para o povo brasileiro. Mais que isso: vetou à medida que possibilitava os governadores de cada estado comprar suas próprias vacinas.
Em meio a esse cenário, somos obrigados a assistir uma inflação absurda. Hoje, no Brasil, a média de um pacote de 5kg de arroz é de R$40 e a carne é de R$70 o kg. Uma cesta básica custa R$654. A gasolina custa R$5,50 o litro e o gás de cozinha R$105 um botijão. O desemprego passa da casa dos 13 milhões e, junto a isso, o corte do auxílio emergencial.
Outros países estão sendo assolados pelo mesmo vírus e a maioria já tem programa de vacinação, estimulam o uso de máscaras e o distanciamento social, seguindo os protocolos indicados, já em processo de recuperação da pandemia.
A verdadeira enfermidade do Brasil é o presidente. Nossa tragédia se chama Bolsonaro.
Edição: Francisco Barbosa