A prefeitura de Fortaleza iniciou no dia 24 de janeiro o processo de cadastramento e agendamento para vacinação contra a covid-19. Nesse primeiro momento, a ação é voltada para os trabalhadores da saúde e idosos com idade acima de 75 anos. Para realizar o cadastramento e o agendamento, as pessoas pertencentes a estes grupos devem acessar o aplicativo Mais Saúde Fortaleza (disponível para iOS e Android) ou o site Vacine Já, inserindo dados pessoais.

Os trabalhadores da saúde, incluindo profissionais da saúde e de apoio, poderão realizar o agendamento virtualmente e terão a opção de escolher data e horário para receber a vacina. Já os idosos acima de 75 anos poderão escolher se desejam receber o imunobiológico em domicílio ou se preferem se dirigir a um dos locais de vacinação. É importante lembrar que no local de vacinação, todos deverão apresentar obrigatoriamente documento original com foto. Para comprovar que é trabalhador da saúde, também será necessário apresentar um dos documentos a seguir: carteira do conselho de classe; carteira profissional; contracheque ou declaração da unidade de saúde em que atua.

A cerimonialista, Aline Holanda Yida, informa que fez o agendamento da vacinação para seu tio, pai e mãe. Ela explica que desde o início ficou atenta aos procedimentos de agendamento: Conect SUS e Mais Saúde Fortaleza. “Vi que precisariam do prontuário eletrônico tirado nos postos de saúde, já fui antes do anúncio da vacina providenciar de toda família. Foi simples, rápido”, afirma.

Aline explica que, quando anunciaram o agendamento da vacina correu para casa para já agilizar os agendamentos dos parentes. “Jantei na frente do computador e comecei a tentar. Foi complicado porque o sistema estava superlotado e deu muito erro, mas consegui agendar para três pessoas: tio, papai e mamãe. Continuei até o dia clarear tentando para duas tias, fiz o cadastro, mas não consegui o agendamento”.

Ariza Aguiar Holanda, 82 anos, enfermeira aposentada tomando a primeira dose da vacina. / Foto: Arquivo Pessoal

Seu tio tomou a vacina no dia 26 de janeiro e no dia 27 foi a fez de seu pai e de sua mãe. Aline informa que, por conta de um erro na hora do agendamento, ela conseguiu vaga para a realização da vacina no Drive Thru do Centro de Eventos, ela foi antes para ver a logística e o que precisava levar. Quando foi a vez do meu pai, informaram que somente profissionais de alas hospitalares receberiam a vacina. No dia 28 de janeiro, Aline entrou com um protesto no Ministério Público contestando isso. “Ele trabalha numa policlínica com pacientes doentes, arriscado como a emergência, por exemplo”.

Para ela, uma das maiores preocupações é em relação à população que não possui acesso à internet e nem a computador para fazer esse agendamento. Ela enxerga esse processo da vacina como sendo um pouco restritivo e excludente. Para ela, pessoas que tem acesso à tecnologia, pessoas que tem acesso à informação, são pessoas privilegiadas que vão conseguir tomar vacina. Aquelas pessoas que tem baixo poder aquisitivo, que não tem acesso a internet vai ser mais difícil de ter acesso à vacina.

Já a profissional de educação física, Renata Damasceno, tentou realizar o agendamento para si, ela explica que fez o processo pelo aplicativo Mais Saúde Fortaleza. Mas ela informa que, mesmo por conta das mudanças nas normas de vacinação que aconteceram no dia 19, ela não irá tomar a vacina, pois a prioridade desde então são os profissionais de saúde que trabalham em hospitais. Ela explica que o seu agendamento estava marcado para o dia 19 de janeiro.

Ceará

No dia 18 de janeiro, o estado do Ceará recebeu o primeiro lote com 218 mil doses de vacina contra o coronavírus. No dia 23 de janeiro, o Ceará recebeu o segundo lote da vacina produzida pela Oxford/AstraZeneca, com 72.500. O terceiro lote chegou ao estado no dia 25 de janeiro, com 33.200 doses. As doses também são distribuídas nos município do estado. Cada município ficará encarregado, por meio de suas secretarias da Saúde, pelo cadastro e vacinação dos idosos, assim como vem ocorrendo com os profissionais da saúde que já vinham sendo vacinados.

Edição: Monyse Ravena