O Exame Nacional do Ensino Médio é a principal via de acesso ao ensino superior público no país. A cada edição, milhões de inscrições são registradas para a realização das provas, que são divididas em dois dias de aplicação. A edição 2020 do exame teve adaptações no calendário por causa da pandemia de Covid-19, adiando as provas para janeiro de 2021. Entre os mais de cinco milhões de inscritos, cerca de 50 mil requisitaram atendimento especializado para a realização da prova. A cada edição do exame, essa modalidade de aplicação se desenvolve para buscar garantir inclusão social para todos inscritos no exame.
O que é atendimento especializado?
A Política de Acessibilidade e Inclusão do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), instituição que organiza o ENEM, prevê condições especializadas de realização do exame para determinadas categorias de participantes. Estão inclusas nessas categorias de acordo com o INEP, pessoas com deficiência auditiva, surdez, cegueira, baixa visão, deficiência física, pessoas com surdocegueira, discalculia, autismo, visão monocular, deficiência intelectual (mental), dislexia e déficit de atenção.
Cada condição tem ações específicas, que devem ser solicitadas pelos participantes em períodos específicos descritos no edital do ENEM. Pessoas com baixa visão, por exemplo, podem solicitar prova ampliada, com fonte em tamanho aumentado, além de aplicadores ledores especializados para realizar a leitura técnica da prova para o participante. Gestantes, lactantes, idosos e pessoas em classe hospitalar também podem solicitar atendimento especial para realização da prova. De acordo com o INEP, o ENEM vem se tornando a cada ano mais acessível, garantindo igualdade entre os participantes, promovendo segurança e confiante para estudantes que solicitam o atendimento especializado.
Inclusão Social
Amanda Andrade Carvalho é licenciada em Letras-Libras, com proficiência na tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Desde 2012 Amanda trabalha como aplicadora especializada no ENEM. Ela diz que de início quis ser aplicadora especializada por curiosidade. “Mas durante meu primeiro dia de experiência, observar a tamanha necessidade de acessibilidade e que eu faria parte desse processo de apoio foi muito gratificante! Pude presenciar alguns candidatos surdos ingressarem no ensino superior com a nota deste exame, e isso me dá uma satisfação enorme.” conta.
Amanda diz ainda que o cumprimento da política de acessibilidade e inclusão é essencial para que estudantes estejam com condições ideais para a realização das provas. “Os candidatos já ficam nervosos com a prova e com o tempo de duração dela então, ter alguém pra dar um norte, que entenda suas dificuldades e saiba a partir da experiência ajudar o candidato a ficar tranquilo e confiante é um fator determinante pra uma prova bem sucedida.” conclui Amanda. A comunidade de pessoas surdas pode requerer aplicadores especializados em tradução e interpretação de Libras, além de vídeoprova também em libras, tempo adicional de 60 minutos para realização da prova e leitura labial feita por aplicadores especializados.
Edição: Monyse Ravena