O ano começa com a esperança da vacina contra a covid-19. Já é possível ver a vacina sendo aplicada em várias partes do mundo. Aqui no Brasil, as opiniões estão divididas. No Ceará, o governador Camilo Santana (PT), divulgou em suas redes sociais: “não medirei esforços para que a vacina contra a covid chegue ao Ceará da forma mais rápida e segura, para que nosso povo seja imunizado, e possamos voltar à tão sonhada normalidade. Tenho absoluta certeza de que 2021 será o ano da superação”.
A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) informou em seu site que o estado adquiriu um total de 147 câmaras refrigeradas que serão utilizadas para o armazenamento da vacina, sendo 143 itens de 200 litros e 4 itens de 300 litros. Os municípios que já receberam os refrigeradores foram Banabuiú, Itaitinga, Paraipaba, Paracuru e Quixeramobim. O valor do investimento, de acordo com a Sesa, é de R$ 2,8 milhões. A previsão é de chegar mais 75 desses equipamentos até o dia 12 de janeiro.
O estado já tem estoque de dois milhões de seringas e agulhas e há previsão de que outras seis milhões cheguem ainda na primeira quinzena de janeiro. A Sesa informa que esse material também será usado prioritariamente para a vacinação contra a covid-19. A secretária também afirma que firmou um acordo com a Fundação Butantan para o fornecimento de dois milhões de doses da vacina coronavac ao Estado, com probabilidade de entregas adicionais, em fevereiro, e um maior volume a partir de maio.
Em suas redes sociais, o Instituto Butantan informou à população sobre a eficácia da vacina. “A vacina do Butantan contra a covid-19, que estamos desenvolvendo junto com a farmacêutica Sinovac Life Science, se mostrou segura e eficaz nos testes clínicos de fase 3. O estudo foi aplicado em mais de 13 mil voluntários e apontou proteção de 100% a sintomas severos da COVID-19 e 78% de eficácia contra casos leves”.
Samuel Átila Rodrigues Nogueira, integrante da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares lembra que as pessoas não precisam ter medo de tomar as vacinas contra a covid-19 porque, de acordo com ele, todas as vacinas que forem aplicadas elas serão aprovadas e já terão passado por um rigoroso teste de qualidade. Samuel informa que a Coronavac, que é a vacina do Butantan é muito segura. De acordo com ele, os testes fase 1 e fase 2, que foram testados em mais de 700 pessoas não mostrou nenhuma reação grave na aplicação da vacina. Então os testes 1 e 2 já mostraram que é uma vacina muito segura e o número de pessoas que tomaram essa vacina na fase 3 já é um número muito alto e também não foi observada nenhuma reação grave na aplicação da vacina. Ele lembra que já tem mais de 700 mil pessoas que já tomaram a vacina na China e não há notificação de reação grave ou de morte por essa vacina. “A gente tem notificação nos testes que mostraram apenas de reação leve quando as pessoas tomaram a vacina. As pessoas podem ter uma dor no braço, febre baixa nos primeiros dias e que se resolve rapidamente”.
Samuel explica que a vacina do Butantan usa uma tecnologia que é chamada de “vacina de vírus inativado”, que é uma vacina que o vírus está morto. Eles matam o vírus e, por isso, não tem como a pessoa vacinada desenvolver essa doença porque o vírus está definitivamente morto. Essa é uma tecnologia bem antiga, de acordo com ele, que é usada em outras vacinas como, por exemplo, a da gripe.
Cuidados
A vacina será aplicada em duas doses. Samuel explica que o intervalo entre uma dose e a outra pode variar de 14 a 28 dias. De acordo com ele, quem tomou apenas uma dose, vai ter que tomar os mesmos cuidados que tinha antes da aplicação da vacina: usar máscaras, não frequentar ambiente mal ventilado, não frequentar aglomerações porque, com uma dose, não se sabe se a pessoa está já está protegida. Samuel afirma que, mesmo depois da pessoa tomar as duas doses, ela vai ter que tomar os mesmos cuidados. “A vacinação é uma estratégia populacional. A pessoa que se vacina sozinha ela não está segura, a pessoa só está segura quando ela e todos aqueles em volta dela se vacinam, porque uma porcentagem da população não vai desenvolver a imunidade que a vacina disponibiliza”.
Covid-19 no Ceará
Segundo informações divulgadas pela plataforma IntegraSUS, o estado do Ceará conta com 342.941 casos confirmados, com 10.122 óbitos e 274.609 casos recuperados.
Edição: Monyse Ravena