Ação de despejo que estava marcada para acontecer a partir das 8h da manhã de hoje (11) na ocupação Carlos Marighella, no bairro Mondubim, em Fortaleza ainda não aconteceu, mas os moradores ainda estão em alerta, pois não houve nenhuma decisão judicial informando sobre a suspensão da ação. O jornalista e militante da Unidade Classista, Antônio Lima Junior, que acompanha a luta no local, explica que as famílias já estavam cientes da ação que estava marcada para hoje e, por conta disso, durante toda a semana os moradores da ocupação fizeram uma série de ações com o objetivo de mobilizar a sociedade civil e tentar reverter a ordem de despejo. De acordo com ele, desde as 18h de ontem (10) estava sendo realizada vigília no local com apoiadores e movimentos populares.

A ação de hoje, segundo Lima, já teve início às 5h30 da manhã. Ele afirma que por volta desse horário já havia viatura da polícia rondando o entorno da ocupação. “Nós ficamos lá em mobilização, já que a ordem estava marcada para as 8h da manhã. Nós ficamos lá até 10h, 11h da manhã. Não houve o despejo ainda, mas as famílias continuam em alerta”. Lima explica que as famílias continuam em alerta porque ainda não chegou nenhum documento que fale sobre qualquer modificação da ordem de despejo. “Então para as famílias da ocupação a ordem continua em vigor. Nós estamos em mobilização ainda lá e esperando qualquer movimentação da justiça referente a situação da ordem”.

Lima diz que o clima hoje pela manhã era de muita mobilização. “Nós estávamos lá com as 85 famílias, centenas de apoiadores de diversas organizações, entidades, sindicatos, parlamentares também. Então havia um clima de resistência diante da possibilidade de despejo”.

O urbanista e professor, Rérisson Máximo, que também acompanha a ação na ocupação, esteve presente no local das 5h15 às 10h30 da manhã. Ele explica que a população se organizou para primeiro tentar a negociação e depois resistir. “Havia barricada nas duas principais entradas, crianças com cartazes. O clima era de apreensão, mas diante de muita organização havia crença que o despejo de fato não seria realizado, como não foi.”

A ação de hoje, segundo Lima, já teve início às 5h30 da manhã. Ele afirma que por volta desse horário já havia viatura da polícia rondando o entorno da ocupação. / Foto: Rérisson Máximo

Diálogo

Em uma publicação nas redes sociais oficias da ocupação informa que foram realizadas algumas tentativas de diálogos com o poder público sobre a situação. “Já recorremos ao governo do Estado, à Prefeitura, à Arquidiocese de Fortaleza e não conseguimos retorno. Nossa luta é justa, é luta por moradia digna, por nossos direitos básicos! Não estamos pedindo nada além do que deveria nos ser garantido por direito!”

A ocupação

A Ocupação Carlos Marighella (OCM) está localizada no bairro Mondubim, na cidade de Fortaleza. Ela teve inicio no dia 08 de junho de 2020 e é composta por cerca de 85 famílias. 

Para mais informações acompanhem as ações da Ocupação Carlos Marighella em suas redes sociais no Facebook e Instagram.

Edição: Monyse Ravena