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Luta

Editorial | Para 2021: combinar as formas de luta e manter a unidade

Governo Bolsonaro irá permanecer tentando restringindo direitos em nome do crescimento econômico.

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
O auxílio emergencial, por exemplo, surgiu tendo valor de R$200 reais e duração de três meses, foi a pressão popular que conseguiu elevar o valor e a duração do programa. - Foto: Levante Popular da Juventude

Com mais de 170 mil mortos vítimas do coronavírus, o Brasil ocupa a quarta posição entre os países com mais mortes per capta da doença. O desastre poderia ser ainda maior se não houvesse a existência do Sistema Único de Saúde (SUS), determinante para que muitas vidas fossem salvas e o Brasil não amargurasse ainda mais na pandemia.

Se por um lado o SUS foi fundamental para que as pessoas procurassem atendimento médico, especialmente as que dependem exclusivamente dele para buscar tratamento, por outro lado tivemos o auxílio emergencial de R$600 reais para trabalhadores autônomos, desempregados, pessoas em situação de vulnerabilidade social, ou seja, para que aqueles que foram impactados economicamente pela pandemia pudessem ter alguma renda.

Além do contexto da pandemia, o SUS e o auxílio emergencial tem em comum algumas questões. A primeira é que ambos são constantemente ameaçados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a segunda é que precisam constantemente serem defendidos pela classe trabalhadora. O auxílio emergencial, por exemplo, surgiu tendo valor de R$200 reais e duração de três meses, foi a pressão popular que conseguiu elevar o valor e a duração do programa, assim como o SUS sofreu uma ameaça de privatização das suas Unidade Básicas de Saúde em plena pandemia, e a mobilização popular fez com que o presidente desistisse em avançar com o projeto.

Por último, o governo Bolsonaro perdeu tanto a batalha contra o SUS quanto a contra o auxílio emergencial, para isso foi fundamental a articulação entre as denúncias através da mídia popular, a pressão através dos movimentos populares, sindicatos e partidos e a articulação entre os parlamentares.

Alguns desafios enfrentados este ano ainda deverão estar presentes, mesmo que parcialmente em 2021. A pandemia só deverá ser controlada através de uma vacinação massiva e de caráter obrigatório, os ataques contra direitos históricos da classe trabalhadora, como o SUS, deverão continuar e o governo Bolsonaro irá permanecer tentando restringindo direitos em nome do crescimento econômico. Será necessário combinar todas as formas de luta e manter a unidade conquistada nesse ano para continuarmos avançando nas vitórias.

Edição: Monyse Ravena