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Pesquisador propõe maior fiscalização para combater incêndios no Centro de Fortaleza

Em menos de um ano dois incêndios de grandes proporções assolaram edifícios no Centro da capital

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
O Casarão dos Fabricantes esta em processo de tombamento - Reprodução

Em menos de um ano, dois incêndios de grandes proporções aconteceram no centro de Fortaleza. Em dezembro de 2019 quatro lojas foram destruídas pelo fogo que persistiu durante 18 horas antes de ser controlado pelo Corpo de Bombeiros. O último grande incêndio aconteceu dia cinco de setembro no Casarão dos Fabricantes, o local que fica entre a Catedral Metropolitana de Fortaleza e o Mercado Central, é um dos principais pontos de comercialização de artigos de confecção na capital cearense.

O Casarão dos Fabricantes foi construído na primeira metade do século XIX e é uma das edificações mais antigas de Fortaleza ainda de pé. Correndo risco de desabamento devido ao incêndio, o prédio estava desde 2018 em processo para tombamento provisório. Segundo Marcelo Mota Capasso, pesquisador do Laboratório de Estudos da Habitação (Lehab) da Universidade Federal do Ceará (UFC), há uma série de normatizações técnicas de segurança tanto do executivo municipal tanto do estadual e do Corpo de Bombeiros, “quando falamos de edifícios do centro de Fortaleza, nós estamos falando de edifícios que já tem uma certa idade, por mais que não aparentem ter essa idade pelas constantes renovações por fora. São edifícios que, pela legislação que temos, têm maiores restrições na adaptação”.

Ainda segundo Marcelo Mota, é preciso que haja uma fiscalização sistemática das edificações, “até onde eu sei, não existe uma forma de inspecionar cotidianamente, fiscalizar se essas condições materiais estão presentes nesses edifícios. Essa fiscalização precisa acontecer não apenas por parte do Corpo de Bombeiros, mas de forma coligada com o executivo municipal, as regionais e também dos conselhos que fiscalizam as obras edificadas, como o Conselho Regional de Engenharia e o Conselho Regional de Arquitetura”.

O Casarão dos Fabricantes acomodava cerca de 267 boxes, atualmente parte dos feirantes que comercializavam no edifício já estão trabalhando em outros pontos comerciais, os locais escolhidos que já estão em funcionamento foram a Catedral Empreendimento e no Feirão São José, os demais feirantes deverão voltar às atividades ainda em setembro em um espaço na Rua Rufino de Alencar, também no centro de Fortaleza.
 

Edição: Monyse Ravena