Que o Brasil é um país multicultural isso já é de conhecimento popular, mas que, mesmo com essa diversidade cultural ainda há intolerância religiosa no país pode não ser de conhecimento de algumas pessoas. Pai Tiago de Oxóssi é umbandista e afirma que ainda há intolerância religiosa e, de acordo com ele, isso acontece devido à falta de conhecimento, de respeito e pela perceptível ausência de liberdade de religião e pluralismo religioso. Ele afirma que já sofreu com esse tipo de preconceito e que a história da intolerância religiosa é uma história de séculos. “Mesmo com estudos e conscientes ações, ainda há pessoas com a incapacidade de aceitar o que é diferente, em especial, os ensinamentos e propagação do ser ao sagrado”.
Questionado sobre qual seria a solução para o fim da discriminação entre religiões, ele diz que “É um caso a ser estudado, pois o ser humano, devido a sua racionalidade, desenvolve pensamentos e ações trazidas na própria infância solidificando um pensamento do que é certo e errado para sua vivência na sociedade. Devido a isso, é necessário iniciar desde cedo uma catequização sobre o respeito e a liberdade de expressão do ser humano”.
Pai Tiago explica que a lei nº 9459, de 13 de maio de 1997, no primeiro artigo prevê a punição para crimes motivados por discriminação ou raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. “A referida lei prevê punição de um a três anos de reclusão e aplicação de multa para quem praticar ou incitar qualquer tipo de discriminação”. De acordo com ele, apesar de clara a lei da punição garantida pela lei 9459/97, não há uma lei específica para tratar somente de casos de intolerância religiosa, pois é um caso muito especial a ser visto pelas autoridades. “Temos representações, associações, porém, são necessárias leis que garantam a especificidade desse assunto de grande importância para uma sociedade igualitária”.
.21 de Janeiro
No dia 21 de janeiro é celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data foi instituída em 2007, pela Lei nº 11.635. De acordo com informações divulgadas pelo Governo do Estado do Ceará, a data presta uma homenagem a Mãe Gilda, Iyalorixá que foi vítima de intolerância religiosa em 1999.
Edição: Monyse Ravena