O Brasil de Fato Ceará, entrevistou ao vivo, através da internet, o motoboy Edvan Souza, participante da primeira paralisação dos entregadores de aplicativo em Fortaleza. A mobilização que aconteceu no dia 1 de julho teve adesão nacional da categoria e entre as reivindicações estavam o aumento do valor pago por quilômetro rodado, suporte em caso de acidente e roubo.
Edvan Souza faz entregas diariamente, chegando a trabalhar 15 horas ininterruptas, recém ingresso no curso de filosofia se diz curioso do mundo e aprecia a literatura. “Desde o início da pandemia, nós estávamos na linha de frente, entregando a comida, o remédio para o cliente que pede pelos aplicativos. A gente é uma categoria que o serviço é essencial, e é um trabalho de risco, a gente lida todo dia com assalto, com o trânsito que é muito perigoso, é o trânsito que mais mata no mundo”, afirmou Edvan.
Sobre a paralisação, ele afirma que foi um grito contra a exploração das grandes corporações de entrega, e que é necessário, por parte das empresas, mais respeito e valorização do profissional. Edvan relata que ao ler uma matéria sobre Paulo Galo, um dos integrantes do grupo Entregadores Antifascistas, ficou emocionado, “um jovem de 25 anos criou aquela movimentação dos entregadores antifascistas por uma pauta, que era comida. Comida, que é direito nosso, que é direito do povo”. Para Edvan, a pandemia tem afetado as pessoas mais pobres e vulneráveis, e é necessário que os governantes precisam implementar políticas públicas para esses setores, “a base do país são os mais vulneráveis, a pessoa que coloca o asfalto, o poste, o camponês, que produz nosso alimento, essas pessoas são a base do Ceará e do Brasil, e essas pessoas merecem ser respeitadas e valorizadas, assim como nossa categoria”. Assista a entrevista aqui.
Edição: Monyse Ravena