O isolamento social mais rígido foi posto em prática em sete municípios cearenses que juntos já somam mais de nove mil casos confirmados e 480 óbitos, de acordo com dados divulgados pelo IntegraSUS no dia quatro de junho. Itapipoca, que fica localizada a 135km de Fortaleza é uma dessas cidades. De acordo com os dados do IntegraSUS, a cidade conta com 1.086 casos confirmados e mais 212 casos em investigação e já são 62 óbitos causados pela doença. Mas o que muda com o isolamento social mais rígido na cidade?
Maria José Martins Alves é assistente social e mora no município, para ela, a implantação do novo decreto de isolamento social mais rígido em Itapipoca era para ter acontecido bem antes. Ela afirma que o isolamento mais rígido é fundamental pra evitar a entrada e a saída de pessoas infectadas dentro do município, mas que nem todo mundo sabe da importância dessa iniciativa. “As pessoas não se deram conta do tamanho do problema que esse vírus causa. A cada dia só aumenta o número de casos. Já ultrapassou a casa dos 1000”.
De acordo com ela, o isolamento mais rígido está com ações de prevenção à doença como as barreiras sanitária nas principais entradas da cidade, mas dentro da cidade ainda há aglomerações de pessoas. “As pessoas continuam sem respeitar. Ainda se vê gente transitando sem máscara e em conversas paralelas nas calçadas. A guarda municipal e a polícia estão nas barreiras e o principal, que é a cidade, as pessoas estão como em dias normais”.
O enfermeiro, Raul Tomé explica que já esperava essa ação ansiosamente, pois, de acordo com ele, o número de casos e de óbitos estão crescendo muito e o endurecimento do isolamento seria a única opção para freia-los. “Com 1051 casos a incidência está de 812,5 por 100 mil habitantes e com 60 óbitos a mortalidade fica de 46,4, ambas estão maiores que a média do estado, 613,8 e 39,5, respectivamente. Isso acontece mesmo o município apresentando uma baixa taxa de testagem”, afirma.
Questionado sobre esses primeiros dias do novo decreto, ele informa que as pessoas não estão obedecendo. A movimentação no centro e nos bairros está bem próxima do que seria o normal. “O gestor municipal demorou a agir e, mesmo ao agir, faltou conscientizar a população sobre a necessidade de adesão às medidas”.
Novo decreto
A prefeitura de Itapipoca informou em suas redes sociais algumas regras estabelecidas com o novo decreto, que são:
1 – Permanecem suspenso qualquer evento que possibilite aglomeração;
2 – Permanece suspenso os serviços de transporte de passageiros;
3 – Permanecem obrigatórias aos Bancos, Lotéricas e correspondentes bancários as medidas para controle em relação a aglomerações.
4 – Permanecem obrigatório em todo o território municipal de Itapipoca do uso máscaras de proteção facial;
5 – Somente os comércios e serviços declarados essenciais ficam autorizados a funcionar em Itapipoca;
6 – Permanecem vigentes as regras para funcionamento aos estabelecimentos comerciais;
7 – O Decreto do Governo do Estado não flexibilizou para Itapipoca e nem para as cidades onde o isolamento é mais rígido, quaisquer atividades que não seja a essencial, já liberada anteriormente;
8 – Dessa vez o isolamento social é mais rígido no período de 01 a 07 de junho de 2020,
9 – Permanecem obrigatório o isolamento social para as pessoas comprovadamente infectadas ou com suspeita, além das pessoas do grupo de risco;
10 – Fica estabelecido dos dias 1º à 7 de junho de 2020, o dever especial de permanência domiciliar no município de Itapipoca.
11 – Fica estabelecido ainda dos dias 1º à 7 de junho de 2020, no município de Itapipoca, o controle da circulação de veículos particulares em vias públicas, ficando permitida a circulação apensa para atender as necessidades excepcionais;
12 – Permaneceu o rodizio por placa, das quais nos dias ímpares somente poderão circular veículos com dígitos finais da placa ímpares e dias pares somente poderão circular veículos com dígitos finais da placa pares.
13 – Ficou ainda estabelecido, do dia 1º ao dia 7 de junho de 2020, o controle da entrada e saída de pessoas e veículos no município de Itapipoca, com a instalação de barreiras sanitárias
Edição: Monyse Ravena