O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Ceará tem, há alguns anos, avançado nas iniciativas de rádios comunitárias livres nos territórios da reforma agrária. A primeira experiência se iniciou há 13 anos com a rádio 25 de Maio, no município de Madalena, outras sete rádios foram criadas até hoje. Em momento de pandemia de coronavírus elas têm tido papel na conscientização da necessidade do isolamento social e nas medidas de cuidados no enfrentamento à covid-19.
De acordo com o dirigente estadual do MST Ceará e apresentador da Rádio Camponesa, Pedro Neto, a comunicação popular em geral e as rádios comunitárias têm tido um papel relevante na conscientização das comunidades sobre a importância do isolamento social e da higienização, além de informar o quadro da pandemia, através dos boletins epidemiológicos estaduais e do Ministério da Saúde. "A rede de rádios do MST Ceará tem feito, nesse período de pandemia, ações de conscientização do ponto de vista de trazer as informações em relação à higienização, aos cuidados que nossos ouvintes tem que ter, seja no cuidado individual ou coletivo", destacou Neto.
Ainda segundo Neto, as rádios comunitárias tiveram um papel importante na arrecadação de alimentos entre os assentados e acampados do MST Ceará para ações de solidariedade nas periferias do estado. Neto conclui destacando a importância das rádios como fonte de notícias, "temos trazido através das transmissões ao vivo, nas programações, temas diversos que contribuem para que as comunidades permaneçam conectadas, com informações, facilitando esse contato, mesmo que virtual, tendo acesso à informação locais, estaduais e nacionais".
Para Aline Oliveira, do setor de comunicação do MST, a comunicação popular se preocupa em passar a mensagem de forma clara para a população, e que, em tempos de pandemia, é importante que o ouvinte consiga entender toda a informação passada, "no período em que estamos vivendo, a gente não pode ficar sem acesso à informação, então temos feito uma força tarefa de garantir que a comunicação chegue para todos, uma comunicação em que todos possam participar, dialogar, tirar dúvidas". Ainda de acordo com Oliveira, o fato das rádios serem construídas pela própria militância ajuda no envolvimento das comunidades.
Edição: Monyse Ravena