As máscaras de tecido têm ganhado uma grande importância, fortalecendo a economia local, ajudando para que não haja um desabastecimento das máscaras cirúrgicas para os profissionais de saúde, e claro, proteger contra o contágio do coronavírus da população em geral. No dia 5 de maio, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), prorrogou o decreto de isolamento social no estado até o dia 20 de maio, juntamente, medidas mais rígidas de quarentena deverão entrar em vigor na cidade de Fortaleza, epicentro da pandemia no estado. Uma das medidas é a obrigação do uso de máscaras, por vias e espaços públicos, inclusive dentro de carros e transporte público.
Jéssica Araújo, farmacêutica e administradora da loja “Máscaras de Proteção”, afirma que a produção de máscaras reutilizáveis tem sido bastante importante para movimentar a economia, segundo ela, muitas pessoas conhecidas têm conseguido manter o negócio aberto graças à produção do item de proteção individual, “a gente já trabalhava com confecção, no meio da crise a gente não tinha mais como produzir por que não havia demanda, ai tivemos a ideia de fazer as máscaras, já tínhamos o material, tínhamos como começar, foi a saída no meio da crise”. A rotina de cuidados com a limpeza é intensa, a casa e as máquinas de costura são higienizadas a cada uma hora, todos usam máscaras e luvas na produção, e há higienização das embalagens. Só na loja online que administra, Jéssica relata que há, em média, 300 pedidos de máscaras por dia.
“Além da necessidade de ajudar a sociedade, teve a questão de sobrevivência, somos duas pessoas que produzimos, somos donas de casa e fazíamos faxina, e agora com tudo parado, nós resolvemos botar a mão na massa e produzir”, conta Mailma Freitas. Ainda segundo ela algumas pessoas compram as máscaras que ela produz para revender, e que isso ajuda na circulação de dinheiro, “nós estamos sobrevivendo em momentos tão difíceis como este, a venda das máscaras está complementando a renda do orçamento das nossas casas, já que nós não estamos saindo, por que não é certo sair de casa”, finaliza.
Por não conseguir comprar máscaras cirúrgicas em nenhum momento, a professora do departamento de literatura da Universidade Federal do Ceará, Suene Honorato, começou a produção de suas próprias máscaras, ela aprendeu a costurar com a mãe que foi costureira por muito tempo. Tendo em casa máquina de costura e o material necessário, procurou na internet as orientações e moldes para o feitio do equipamento de proteção. Além de produzir as máscaras para uso próprio, fez também para distribuir com vizinhos e amigos, “está todo mundo, nesse momento, muito sensível às atitudes de solidariedade que qualquer pessoa pode ter, os mínimos gestos de solidariedade que a gente tem nesses momentos. Acho que é um gesto muito pequeno, fazer uma máscara, entregar para alguém, mas ao mesmo tempo é um gesto que demonstra, da minha parte, uma vontade de compartilhar algo que possa ter uma função prática nas vidas das pessoas nesse período. ”
A Prefeitura de Fortaleza já distribuiu mais de um milhão de máscaras para alunos, beneficiários do Programa Comida em Casa e para taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativo. Ainda deverão ser entregues mais dois milhões de máscaras para, grupos em situação de vulnerabilidade, guardas municipais, profissionais de limpeza urbana e população em geral, a distribuição será feita em todos os terminais de ônibus da cidade e nos órgãos administrativos da Prefeitura. Os equipamentos de proteção foram produzidos por profissionais de costura que integram o Projeto Todos com Máscara, selecionados através de credenciamento realizado pela prefeitura.
Forma de uso
Antes de colocar a máscara no rosto deve-se:
a. assegurar que a máscara está em condições de uso (limpa e sem rupturas);
b. fazer a adequada higienização da mão com água e sabonete ou com preparação alcoólica a 70% (cubra todas as superfícies de suas mãos e esfregue-as juntas até que se sintam secas);
c. tomar cuidado para não tocar na máscara, se tocar a máscara, deve executar imediatamente a higiene das mãos;
d. cobrir totalmente a boca e nariz, sem deixar espaços nas laterais;
e. manter o conforto e espaço para a respiração;
f. evitar uso de batom ou outra maquiagem ou base durante o uso da máscara.
Advertências
a. não utilizar a máscara por longo tempo (máximo de 3 horas);
b. trocar após esse período e sempre que tiver úmida, com sujeira aparente, danificada ou se houver dificuldade para respirar;
c. higienizar as mãos com água e sabonete ou preparação alcoólica a 70% ao chegar em casa;
d. retire a máscara e coloque para lavar;
e. repita os procedimentos de higienização das mãos após a retirada da máscara; e
f. não compartilhe a sua máscara, ainda que ela esteja lavada.
Limpeza
Ao contrário das máscaras descartáveis, as máscaras de tecido podem ser lavadas e reutilizadas regularmente, entretanto, recomenda-se evitar mais que 30 (trinta) lavagens.
a. a máscara deve ser lavada separadamente de outras roupas;
b. lavar previamente com água corrente e sabão neutro;
c. deixar de molho em uma solução de água com água sanitária* ou outro desinfetante equivalente de 20 a 30 minutos;
d. enxaguar bem em água corrente, para remover qualquer resíduo de desinfetante;
e. evite torcer a máscara com força e deixe-a secar;
f. passar com ferro quente;
g. garantir que a máscara não apresenta danos (menos ajuste, deformação, desgaste, etc.), ou você precisará substituí-la;
h. guardar em um recipiente fechado.
* Para preparar uma solução de água sanitária ( 2,5%) com água, por exemplo, você pode diluir de 2 colheres de sopa de água sanitária em 1 litro de água.
Caso você possua máquina de lavar, pode programar o ciclo completo de lavagem (lavagem, enxague, secagem) de pelo menos 30 minutos com uma temperatura de lavagem de 60ºC.
Edição: Monyse Ravena