Na manhã de hoje, dia 9 de março, centenas de pessoas ocupam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Fortaleza. A ação, que tem o objetivo de denunciar a paralisação da reforma agrária pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), faz parte da Jornada Nacional de Lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No Ceará a mobilização é construída também pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pelo Levante Popular da Juventude.
Segundo o dirigente nacional do MST, Gene Santos, além da paralisia nos projetos que beneficiam a reforma agrária, o governo federal tem uma política para a agricultura que favorece apenas agronegócio, a exemplo da MP 910/2019, de acordo com o dirigente “o Ceará é o único estado em que as terras dos assentamentos são coletivas, aqui não existe terra individuais, com o governo dando o título para os assentados, vão acabar os projetos de fomento para a reforma agrária, os assentados não vão ter estrutura para demarcar as terras, vai se gerar muitos problemas, além de ficar suscetível para os grandes comprarem as terras dos pequenos”. Ele ainda aponta que não houve nenhum diálogo com os movimentos sociais ou a sociedade civil antes que o decreto fosse assinado.
As mobilizações que acontecem em todos os estados do Brasil estão, segundo Gene Santos, em consonância com as mobilizações do 8 de março, com o Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra que aconteceu em Brasília entre os dias 5 e 10 deste mês, com as mobilizações em memória à vereadora Marielle Franco e a luta nacional em defesa da educação dia 18 de março.
Edição: Monyse Ravena