Povoando as ruas de Juazeiro do Norte de manifestantes, o dia 3 de outubro marcou o calendário de ações em defesa da educação na região. O ato pautou, além da retomada do orçamento da educação bloqueado pelo Governo Federal, a não adesão ao projeto de militarização do ensino proposto pelo Ministério da Educação.
Ensino militar
Em declaração recente feita na cerimônia de apresentação do projeto, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a adesão ao projeto de militarização do ensino escolar deveria ser feita de forma impositiva. As instituições de ensino desta modalidade foram poupadas do bloqueio de orçamento que atingiu a faixa de R$ 7,3 bilhões no último semestre. Com a apresentação do projeto, o MEC planeja ampliar a construção de escolas militares, aumentando também o investimento em orçamento.
“Todo projeto de educação é também um projeto de nação. O governo tem consciência do poder da educação para a formação cidadã, por isso constantemente a ataca das mais diversas formas.” falou a Professora do Departamento de Educação da Universidade Regional do Cariri (URCA), Maria Dulcinéia da Silva. Com a adesão de 15 estados e o Distrito Federal, o MEC prevê gastos na ordem de R$ 54 milhões para implementar o projeto piloto de educação militar em 54 escolas.
A organização e mobilização para os atos em todo país seguiu a agenda nacional de ações em defesa da educação proposta pela UNE em coletivo com diversos sindicatos e entidades representativas de trabalhadoras e trabalhadores da educação, além de movimentos populares.
A proposta foi deliberada com dois dias de paralisação da educação nos dias 2 e 3 de outubro, sendo o primeiro dia de atividades e ações de mobilização, e o segundo dia de atos públicos. Ao final do ato em Juazeiro do Norte, uma plenária aberta foi realizada, reunindo falas sobre a atual conjuntura da educação com os cortes e os novos ataques ao setor.
Edição: Monyse Ravenna