Mais uma vez, o Cariri foi as ruas contra o bloqueio de verbas para a educação, em defesa da permanência e qualidade do ensino público. Nacionalmente conhecido como 30M, os atos em defesa da educação deste segundo dia de lutas colocam novamente milhares de pessoas do Cariri cearense em protesto, desta vez em Barbalha, um dos principais centros urbanos da região.
As mobilizações para o 30M no Cariri começaram logo após o dia 15 de maio, acompanhando as organizações nacionais que, puxadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE), estavam em planejamento detalhado para mais um dia de manifestações. A escolha pela cidade de Barbalha para protagonizar a concentração do ato na região, foi deliberada pela Frente pela Democracia - Cariri em coletivo com a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado do Ceará (FETAMCE). “O 30M foi mais um ato unificado entre movimentos, sindicatos, coletivos, outras frentes e partidos. Um dia muito importante para a unidade que está sendo construída desde o ano passado com a construção da Frente pela Democracia Cariri” disse Alessandro Reinaldo, professor e membro da coordenação da Frente.
Centralidade
A cidade de Barbalha reuniu além de militantes de diversas organizações estudantis e sindicais, outras cidades fora as já conhecidas formadoras do Triângulo Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha). Brejo Santo, Missão Velha além de representantes de comunidades rurais estavam presentes no ato. “Eu vejo que estes movimentos que estão tendo é uma forma de dizer que estamos aqui, que temos vez e voz e que não vamos nos calar e não vamos aceitar o que esse governo está querendo fazer com a educação.” Falou Ana Vitória Pereira da Silva Silvestre, estudante de Educação Física da Universidade Regional do Cariri (Urca) e moradora da Comunidade Carrapato, localizada no município de Crato. Sindicatos e universidades mobilizaram estudantes por meio de ônibus disponibilizados em pontos estratégicos, realizando o transporte de manifestantes para o local de concentração, no Parque Municipal em Barbalha.
Movimentos Populares em luta
Um breve passar de olhos pela maré de pessoas que encheram as ruas da cidade era suficiente para avistar vários cartazes, bandeiras, faixas e camisas de diversas organizações que fortaleceram a unidade das lutas contra a política de cortes na educação. “Nós do Movimento das Trabalhadores e Trabalhadores por Direitos (MTD) estamos nos somando nacionalmente em diversas cidades brasileiras, mobilizando a classe trabalhadora das periferias para lutar pelo interesse da educação, que é um interesse do povo brasileiro.” falou Cleiton Neto, estudante de Filosofia e Militante do MTD. A integração destas entidades representativas foi decisiva para o sucesso do ato que, de acordo com estimativas, contou com mais de cinco mil pessoas.
Edição: Monyse Ravena