Estudantes, professores, sindicalistas e trabalhadores estiveram juntos no ato que foi o marco das mobilizações contra a política de cortes do orçamento da educação encabeçada pelo governo de Jair Bolsonaro. Por todo o país milhares de manifestantes foram as ruas com bandeiras, cartazes e palavras de ordem em defesa da educação pública. No Cariri cearense, Juazeiro do Norte foi o epicentro que agremiou mais de 10.000 pessoas nas ruas.
“Nós aqui no Cariri mobilizamos as Universidades, os Institutos Federais, todas as escolas da educação básica estão paralisadas.” disse o professor da educação básica e diretor executivo do sindicato APEOC do Ceará, Aurélio Matias, em frente a CREDE 19, local de concentração do ato em Juazeiro do Norte. Desde as 7 horas da manhã, militantes se encaminhavam para o local. A manifestação teve início às 8h, com caminhada que desceu a Rua São Pedro, uma das principais vias comerciais de Juazeiro, com parada em frente a Prefeitura do município, em direção a Praça Pe. Cícero, no centro da cidade.
Organização e Mobilização
Com colaboração de entidades sindicais, movimentos populares, estudantes, professores, servidores técnicos e trabalhadores o ato tomou forma. A Frente pela Democracia do Cariri, entidade criada desde novembro de 2018, reúne, além de militantes de diversos movimentos e representações sindicais, outras frentes e partidos políticos de esquerda.
A Universidade Federal do Cariri (UFCA) que teve 47% de seu orçamento bloqueado, realizou no último dia 07 uma assembleia geral que reuniu mais de 1000 pessoas. O IFCE Campus Crato também mobilizou-se em assembleia que contou com mais de 300 pessoas entre estudantes do ensino básico e superior, além de professores e técnicos administrativos, apoiando a greve nacional da educação e a participação no 15 de Maio. A Universidade Regional do Cariri, apoiou a participação no ato em duas assembleias gerais de professores puxada pelo Sindicato dos Docentes da URCA (Sindurca) e em assembleia geral de estudantes convocada pelo Diretório Central de Estudantes da URCA (DCE Caldeirão).
A caminhada
Cartazes, faixas, manifestações artísticas e musicais demonstravam a diversidade cultural que o ato conseguiu trazer para as ruas de Juazeiro. A primeira parada foi feita em frente a prefeitura municipal, onde falas de representantes das entidades participantes foram ouvidas. O ato seguiu em frente, com adesão de mais manifestantes ao longo do trajeto até chegar a Praça Pe.Cícero, onde os militantes continuaram as manifestações em defesa da educação. Ao fim do ato, a organização estimou que pelo menos 10.000 pessoas estiveram presentes.
Continuidade
“O dia de hoje vai servir de termômetro para a adesão de cada vez mais pessoas para a greve geral dia 14 de Junho em defesa da educação e também contra a reforma da previdência” ressaltou Damião Teles, estudante da UFCA e presidente da Associação Juazeirense de Skate. Dentro das instituições de ensino, já existem atividades sendo promovidas por estudantes e professores, como aulas nas ruas e ações de extensão. “Vamos continuar em constante mobilização, acreditando que estes ataques (a educação) não serão únicos e por isso precisamos estar em mobilizados e preparados para resistir a esse processo” relatou Jéssica Alencar, militante do Levante Popular da Juventude. Em união histórica promovida nas comemorações do primeiro de Maio, onze centrais sindicais aprovaram em seus calendários de luta o dia 14 Junho para a Greve Geral dos trabalhadores brasileiros.
Edição: Monyse Ravena